quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Confabulando Políticas Públicas: Educação Pública


O título deixa claro minha intenção, aliás, um dos meus grandes sonhos políticos: uma educação pública de qualidade. Não é bordão como todos dizem por aí. Educação de qualidade para os non-sense é talvez aprovação no vestibular. Na minha opinião, o vestibular é apenas um sistema excludente, que pouco avalia as capacidades cognitivas ou profissionais de alguém. Aliás, qual é o sentido de um rígido sistema de inserção na educação superior em um país subdesenvolvido? Pergunto-lhes (deixem nos comentários a resposta para essa minha pergunta).
Para não deixar alguma dúvida sobre o ponto que quero abordar, vou explicar-lhes o que penso sobre educação à brasileira.Como sabemos, desde os tempos coloniais, os ricos, os burgueses, os "nobres" ainda continuam a serem os beneficiados pela nossa peneira educacional. Como sabem, "nossa abolição" veio em 1888, ou seja, levando em conta que a população brasileira seja a soma de brancos e negros, apenas a parte branca e rica estudava. O enfoque não é racial, apenas citei para comprovar que desde o início até os dias atuais, ainda existe um sistema vigente de favorecimento populacional.
O povo brasileiro, tal como pensavam os equívocos filósofos gregos, ainda consideram a política um espaço restrito para intelectuais. É estranho olhar para nossos políticos e conseguir enxergar essa seleção intelectual, pois bem, ela existe. Nosso atual presidente, o sr. Lula, é "o cara" para Obama, o 33º homem mais poderoso pela Forbes e também um modelo administrativo a ser seguido no mundo todo, pois transformou a grande depressão econômica de 2009 em apenas uma marolinha como o próprio definiu. Apesar de tudo, Lula sempre foi alvo de ridicularizações públicas pela mídia, principalmente paulistana. Antigamente, sem o meu senso crítico de hoje, também estava no coro dos paulistas estadistas que gozava de Lula, por sua origem humilde, por ser "analfabeto" ou pelo menos não ter uma graduação. Aliás, São Paulo é o reduto do pensamento elitista da política brasileira. Convivemos com o feudo do PSDB há anos, nossa economia, educação e segurança vem tendo péssimos índices há tempos e mesmo assim, continuamos crendo mais em homens engomadinhos, oriundos da classe alta como provedores da administração ideal. E por que pensamos assim? O ínicio está lá no Brasil Colônia, quando os senhores de engenho tinham poderes laterais e faziam das Câmaras Municipais o seu campo de atuação e de manipulação. Infelizmente é o nosso pensamento.

Escola Pública x Escola Particular:

Se eu pudesse, eu expropriaria as escolas particulares. Colocaria na ilegalidade a existência das mesmas. Quero deixar claro que não é uma atitude comunista (risos)! É apenas uma ação coerente com a situação real do Brasil. As escolas particulares ajudam a sucatear o ensino público, que não gera renda e nem tributos, a não ser que o governante contrate sua própria gráfica para imprimir os materiais pífios das escolas estaduais. A escola particular não existe porque "existe". Ela foi criada, junto com o vestibular, como medida segregatória da população brasileira. É claro isto. Antes, quando o ensino era restrito aos ricos e poderosos não exista a necessidade do ensino público. A partir do momento que a sociedade foi evoluindo, e agregando valores humanistícos e de igualdade e a escola passou a não ser mais um privilégio de tão poucos para poucos, foi imediata a criação de uma separação, de um cordão higiênico de pessoas. Ou seja, enquanto houver no Brasil o pensamento elitista e classista, a escola particular sempre será um entrave para modernização do ensino público. Enquanto os filhos dos ricos e dos governantes tiverem essa via de escape, essa forma eficiente de manutenção do status quo social, da aristocratização, o ensino público nunca será melhorado. É um sistema perfeito! Por quê? Porque temos um estado deficiente em todos os setores, que desfavorece o ensino da maioria, para privilegiar a si próprios, a escola particular, que com um número menor de alunos e com uma grande soma em dinheiro, consegue preparar de forma absurdamente mais elevada do que o estado débil faz de forma dissimulada. E pra coroar todo esse sistema, existe o vestibular, que é o golpe final, a guilhotina da garganta dos pobres, da grande massa trabalhadora, que com tamanha desvantagem vê suas possibilidades de acesso ao ensino superior sendo limitadas cada vez mais. Depois do vestibular, os péssimos alunos do ensino particular, mas donos de um poder aquisitivo maior, entram em cursinhos preparatórios e mesmo sendo "ruins", com o tempo e com o sucateamento dos candidatos também conseguem a tão "meritocrática" aprovação na universidade pública. É um sistema sujo. Os ricos ou pelo menos os incentivadores da classe elitista, aqueles bobos da corte que agradam o nobre em troca de privilégios (classe média que se mata pra pagar escola particular) pagam a escola durante anos e anos, e depois do ensino médio, ainda gastam mais volumosos recursos em cursinhos para verem seus filhos segregadinhos entrarem na universidade pública, que deveria ser um reduto PÚBLICO, como o próprio nome diz. É isso mesmo. O pobre é passado pra trás duas vezes. Uma nos 1º e 2º graus quando tem um ensino débil enquanto outros tem qualidade. E depois quando é obrigado, entrar no sistema e/ou pagar a faculdade particular ou cursinho. Ou seja, o sistema não te deixa opções. Ou você entra no sistema capitalista de ensino ou você será esmagado pelo mercado de trabalho.
Como disse acima, enquanto os ricos e governantes estiverem fora da realidade, o ensino público NUNCA terá qualidade. E por isso é tão justa às cotas, de todos os âmbitos.

Minha Utopia:


O desaparecimento das escolas particulares. Uma união em prol do desenvolvimento educacional do Brasil. Um ensino que não privilegie poucos, e que realmente mostre que a integração brasileira, que um nacionalismo saudável pode ser desenvolvido aqui. Com isso, todos ganhariamos. Colocariamos em prática planos de inserção de diferenças, haveria integração econômica/étnica/social/religiosa, integração total, que só contribuiria para o desenvolvimento do pensamento tacanho da população brasileira. Se conseguissemos isso, estariamos a pequenos passos do 1º mundo. Podem apostar. A raíz dos problemas estaria tratada. Pena, que os impostos das empresas privadas seja mais importante que o desenvolvimento do Brasil. Seja mais importante que a igualdade de oportunidades. Infelizmente, somos apenas números para o Estado.

Um comentário:

  1. Muitas vezes vemos que temos um 'sistema sucateado'... porém sempre me questiono, não é nossa sociedade formada por 'sucatas'??

    Infelizmente vejo a escola pública abandonada sim por parte do dirigentes, mas também é abandonada por parte de seus usuários. Porque não chamá-lo de alunos. Aluno vem do Latim 'alo' (significa NUTRIR) e é ligada etmologicamente a palavra alma, ou seja, ALUNO É AQUELE QUE BUSCA NUTRIR A ALMA.

    Eu vejo nas aulas que ministro, alunos interessados em NUTRIR SUA ALMA, são poucos, mas são por estes poucos que acredito no amanhã!

    Então deixo meu questionamento. De que vale escolas exemplares se nossos alunos não sabem fazer bom uso desta?

    A mudança não tem que ser de mão dupla uma equação +- assim:

    POSTURA GOVERNAMENTAL POSITIVA + POSTURA DO POVO POSITIVA = ENSINO PARA UM MUNDO MELHOR!

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