sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sem título


Odiar é tão mais fácil. Óbvio. Elementar. Pelo menos para mim, que fui forjado no amor. Não sei explicar os motivos que por ventura explicariam meu pleonasmo ao elaborar frases românticas. Saiba que pensar no amor é imoral e quero provar-lhe: no excerto acima, originalmente escrevi, depois de por ventura explicariam, "minha cacofonia". Porém, meu ego excessivo me fez rabiscar a palavra mal colocada e substituí-la por outro complemento, o tal "meu pleonasmo". Perdoe-me se fiz o leitor(a) perder segundos de sua vida com explicações imbecis. Mas é que preciso delas para descrever meu estilo de vida pueril e enfadonho quanto à expressão sentimental.

Quando não consigo pôr no papel o que me vem à cabeça, vasculho o encéfalo para procurar a palavra encaixe. Isso é imoral. Considero que a primazia de expressar-se sem a dicotomia do pai dos burros ou da fraqueza da prolixidade é uma virtuda fantástica. Fantástica ao ponto de fazer com que eu perca amizades. Ou subtrair da mulher desejada uma mágoa que valerá seu desprezo eterno. Ainda sim fantástica tal virtude.

Aliás, quero que saiba que não levei mais que o tempo da escrita para elaborar tal disparate filosófico-pseudo. Minto, mas não de todo. Confesso que a caneta desafiou-me por vezes a terminar a linha. Ela tenta imitar seu dono e dá de parar sua vida útil mesmo antes dela ser de fato o que seu adjetivo sugere. Útil. Esta aí algo que não sou. Mas não sinta pena de mim, pois você também não é.

Avisei-lhe desde o início que a primazia da fidelidade ao pensamento é prima da inimizade. E a prima possui até nome. Zia.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como vai seu mundo? (Por Téo Vieira)


Prefácio: O título já explica o texto, que vai ser baseado nessa pergunta mesmo, não sei se você já parou pra pensar nisso, ou se já te perguntaram isso, mas: Como vai seu mundo?

Normalmente as conversas começam com a frase "Como você está?", isso é 'lei', mas eu parei pra pensar esses dias sobre isso e uma pergunta ficou martelando na minha cabeça: As pessoas realmente se importam com a resposta? Se eu responder que já estive melhor, quantas pessoas irão se importar e me perguntar o que está me impedindo de estar bem? É fato que cada vez mais as pessoas se importam menos com o bem estar das outras, cada vez a relação entre as pessoas é mais fria, mais superficial, mas eu comecei a reparar que não são apenas as pessoas mais 'distantes' que pouco se importam, observando relações entre amigos, e com os meus também, cheguei a conclusão que essa tendência também está afetando os laços mais íntimos - pelo menos os meus.
Sinceramente, eu fico triste quando vejo que a resposta de que eu não estou bem é irrelevante para as pessoas que eu realmente me importo (na verdade eu me importo com todas, mas quero dizer "as mais especiais"), e fico mais triste ainda quando eu mostro pra uma pessoa que eu me importo com as respostas dela, e mesmo assim as respostas continuam sendo de uma superficialidade perceptível. As pessoas, num modo geral, vivem reclamando sobre a frieza das relações do mundo atual, afirmando o que eu citei no final do primeiro parágrafo, mas ironicamente essas mesmas pessoas, muitas vezes, tratam as pessoas do mesmo jeito que reclamam, e não só nesse aspecto, mas hoje as pessoas estão cada vez mais se queixando de coisas que também fazem, mas não vou entrar nesse assunto para não fugir da proposta desse texto.
O que eu devo fazer para que as pessoas sejam sinceras nessa resposta? Como quebrar esse gelo que vem se impregnando nas relações atuais? Eu jurava que a resposta era "ganhar a confiança da pessoa, mostrando que eu me importo com ela", mas isso não tem sido o bastante para alcançar o meu objetivo. Queria ter o poder de saber das conversas entre amigos, não pelo assunto, mas para ver como é o tratamento referido; como não tenho, vou falar sobre o que eu sei e sobre o que eu vivi. Estou de saco cheio dessa falta de interesse nos sentimentos das pessoas, talvez por isso a nossa geração e a que está surgindo sejam as gerações com mais problemas emocionais, aliados a um psicológico fraco que é facilmente forjado, isso é fato. Desconheço a causa dessa "tendência", mas ela me incomoda demais.
Eu acredito que o mundo muda a cada gesto meu, mesmo nos menores (salve Valete!), e não importa o que acontecer, mas eu vou continuar lutando pela volta da sinceridade e do carinho às minhas relações, e se Deus quiser um dia o mundo voltará a se tratar como nunca deveria ter deixado de tratar.

@teo_vieira