quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A sociologia do ser


Como nascem as mais diversas ideologias políticas? Errado. Digo: como é o florescer ideológico dentro das pessoas? Direita, esquerda, centro, extrema-esquerda, extrema-direita. A classificação espectro-política é apenas uma insinuação. É a sensualidade de uma mulher fatal, à beira da cama, a espreitar-se pelo prazer. As constantes análises, discussões e apontamentos, a luta entre os pólos políticos é o entrelaçar de pernas. O assassinato de outrem diferente de si é o clímax.
A descoberta do ser político é magnânima. Magnânima, pois não sei o que é isto, de fato. A perfeita analogia ao desabrochar humano quando o próprio se vê envolto à ideologia, às referências morais, à arte de se bem relacionar. Que, aliás, não há mais tresloucada definição sobre. O exercício pleno da política não prevê pragmatismo. É o defeito genético. Por isso, enumeradas vezes me pergunto sobre o que me dá o direito de refletir o mundo, “solucioná-lo”, e querer vê-lo materializado? Há uma justificativa para a minha imposição, que dentro das verdades absolutas deste mundo, figura entre as mais requisitadas pelo ato de cuspir palavras bonitas fora da boca. É a tal igualdade. Fala-se nela. Justifica-se.
Entretanto, como se floresce a legitimação do mal, das diferenças, da segregação, da exploração do homem pelo homem?

(...)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O fim.


Não creio mais nessa fábula. A raposa petista não rondará mais os ovos da minha consciência política frágil e sonhadora. A reunião entre a candidata do PT, Dilma Rousseff, com 51 entidades evangélicas, por objetivo de assegurar o apoio desse setor da sociedade civil é um tapa na cara do militante do Partido dos Trabalhadores. E, apaixonados pela idéia de igualdade e progressismo, nós não temos o espírito altruísta e cristão que a Bíblia recomenda e tão logo muitos de nós abandonaremos, como milhares antes fizeram, a comunhão de idéias que um dia norteou milhões de pessoas na década de 80. O Partido dos Trabalhadores ora ensaia a energia revitalizadora daquela década, ora mostra a nova face que o caracteriza, e a novidade não é agradável, muito pelo contrário.
O abandono da defesa da legalização do aborto e da união civil homossexual assinada pela candidata do PT marca o definitivo rompimento com a massa que o acompanha. O pragmatismo político, a sustentabilidade, a governabilidade, a liberdade, a identidade, a liberdade... segue esta exata linha decrescente. O período anterior começou pela esquerda; mas os ditames do sistema o farão morrer à direita. E não há remédio. Pois, o poder corrompe.

domingo, 10 de outubro de 2010

Ciclo vicioso



A manutenção das relações de poderes na sociedade brasileira e poderia dizer até global, dá-se por ciclos. Viciosos. Comportamento osmótico das parcelas sociais mais abastadas, sobretudo intelectualmente, condicionam a forma de pensar das classes desfavorecidas. Em outro artigo, "Messianismo Político", publicado neste mesmo blog, disserta sobre a esperança política brasileira de que um ser fantástico nos salvará. E quase sempre esse ser é a mimese do que os brasileiros querem ser: a nova elite. Essa esperança é maquiagem produzida pelos atuais ricos. Mas é somente flagelo para o pobre.
A "make" política é amplamente desfavorável ao Brasil. A crítica generalizada da descrença política é fajuta e errática. Ela induz ao conservadorismo, ao pensamento individual e incorpora traços finos ao eleger seus rivais. Esses rivais somos nós mesmos, o Brasil.
Para falar em cima de fatos, é notório que eu diga que há um ambiente que frequento em que a participação política e até partidária está em alta. Há adesivos de determinado candidato colado em todas as partes. Inclusive na privada, o lugar mais apropriado ao dito cujo. Mas o problema é outro e mais grave: há um retrocesso ideológico na juventude brasileira. Nossos jovens já não sonham mais com democracia. Eles a têm. Nossos jovens não sonham mais com liberdade de expressão. Eles a têm. Mas tudo isso não significou um avanço humano/crítico em relação ao país. E por quê? Pois o tal ciclo vicioso está instalado nesta distinta parcela do Brasil. O mais importante segmento social do Brasil, que será a classe pensante no futuro. As rédeas da nação. Que na verdade trocou de lugar e hoje está mais pro animal do tracionado... E tudo porque faz concessões! Concede-se a igualdade e as soluções para o Brasil em troca de dinheiro, de tecnologia defasada, de manutenção elitista. Não há mais aspiração coletiva. Há a materialização do ventríloquo juvenil.
Os ventríloquos vão crescer e poderão adquirir ou não uma boa qualidade de vida. Coisa supérflua, já que a rejeição ao pensamento crítico não afeta "raça", classe social ou região territorial. E mais adiante, é natural que essa grande massa de gente feliz, bem sucedida e do bem, queira se reproduzir. E assim acontecerá. Novos ventríloquos continuaram a ser moldados no seio familiar, com raras chances de criar-se ali um subversivo, alguém que renegará a herança maldita de perpetuação daqueles que nutrem admiração pelos mantenedores do poder. Nosso país está ilhado. E nas teclas desse escrevinhador, lá no fundo, existe uma incoerência, só que mais ajustada: também desejo nós salvemos o Brasil do colonialismo mental.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eleger Dilma Rousseff é abrasileirar-se


Eleger Dilma Rousseff à Presidência da República Federativa do Brasil é uma questão de cidadania e amor nacional. Na atual conjuntura política do Brasil, no embalo do progresso econômico e social, é inadmissível que um país aspirante à líder global retroceda e dê as rédeas da nação a uma turma inoperante, retrógrada e que não governa para o povo. Falo do PSDB e das forças do espectro mais conservador do Brasil, figurões que possuem moradas nas mais sujas artimanhas e golpismos políticos, que não meçam nada para atingir seu objetivo, como recomendou Maquiavel.
Não tenhamos medo do progresso e da força do povo. A candidatura do Partido dos Trabalhadores é o maior exemplo de superação política do Brasil nestes tempos, é o maior baluarte sim das forças democráticas do Brasil. Fundando em 1980, o PT congregou uma das mais heterogêneas militâncias do país, fincado na ação sindical e guiado por intelectuais de toda esquerda democrática. Esse grupo merece ser lembrado por todos os petistas e simpatizantes do nosso partido. O sociólogo Florestan Fernandes, professor da USP e um dos mais respeitados estudiosos marxistas do Brasil, o crítico literário Antônio Candido e o também fantástico Sergio Buarque de Hollanda, historiador e pai do grande compositor e intérprete brasileiro Chico Buarque. Á eles foram dadas as primeiras fichas de filiação partidária do que viria a ser o atual Partido dos Trabalhadores.
Um dos fundadores aqui citados proferiu uma frase substancial e importantíssima para que se pudesse analisar o atual momento político do Brasil. Sérgio B. Hollanda disse em Homem Cordial: “O Estado, porém, não é uma gradação da família e, sim, uma descontinuidade e oposição a ela. O Estado, para formar-se como tal, precisa superar a ordem doméstica e familiar, trocar a relação emocional pela racional em favor de um distanciamento do particular para o geral.” SBH, se vivo estivesse, relaxaria em sua varanda consciente de que teria sido um visionário. E como tal, convoca o brasileiro a preferir uma relação racional no processo político que se avizinha entre Dilma e Serra. Um distanciamento dos interesses pessoais em favor do coletivo, uma demonstração efetiva de amor pela nação e de uma consciência política progressista. Votar 13 no dia 31 próximo é abrasileirar-se.
Ainda dissertando sobre a contribuição do historiador, perceba que a candidatura tucana quer tudo, menos o que se espera de um eleitor consciente. É público e notório a boataria infindável que se criou em torno da figura pública da candidata do PT. Contra ela, criou-se uma bolha especulativa e sórdida, que inventa todos os dias um boato novo, uma bala de prata nova, uma mentira característica de um partido em via de decadência. Dizem que Dilma é abortista, favorável à união civil homossexual, terrorista, assaltante de banco, e milhões de outras coisas. Milhões de outras coisas falsas. Mentiras. Calúnias. Difamações. E mesmo que assim não fosse, vivemos em pleno regime democrático em que toda e qualquer discussão política, econômica e social, deve estar inserida e fincada nos mais sagrados valores da liberdade de expressão e de opinião. Mas não é isso que vem acontecendo por parte da candidatura oposicionista. Contra nós, pode-se tudo. Afinal, o Partido dos Trabalhadores é uma legenda de esquerda, defensora da autodeterminação dos povos e da igualdade. Não é interessante para a burguesia, para os setores conservadores e alienatários, para quem não comunga do desejo de igualdade entre os povos, que Dilma Rousseff seja eleita. Eles preferem o candidato do capital. O candidato que representa o setor que o político Cláudio Lembo classificou como uma “burguesia muita má, uma minoria branca muito perversa.”
Ademais, é necessário que seja dito aos quatro ventos todas as benesses provenientes do melhor governo da República Federativa do Brasil. Luis Inácio da Silva, o Lula, é “O cara!” [Obama]. Nordestino, mestiço, de origem paupérrima, líder sindical, com pouca escolaridade. Coube a este senhor colocar o Brasil no mapa do mundo. O Jornal LeMonde Diplomatique elegeu Lula o personagem do ano no mundo. Nosso presidente também recebeu o prêmio da FAO, organização de combate à fome pertence a ONU, por ser o maior combatente da mesma no mundo. Além destes, Lula também recebeu o prêmio do Fórum Econômico de Davos, sendo condecorado como Estadista Global. Ou seja, esse nordestino que tanto castiga a ignorância alheia dos nostálgicos de uma época em que o Brasil era apenas mais uma republiqueta do eixo sul do planeta Terra, é o maior presidente que já pisou no Palácio do Planalto. Com 80% de aprovação, apenas 4% dos brasileiros rejeitam Lula. Ele é um fenômeno.
Fenomenal são também a economia brasileira e os avanços sociais. A primeira vai muito bem obrigada. A expectativa é de um crescimento de 7% em 2010 para o PIB brasileiro (A União Européia cresce a 1%). O país também registra o menor índice de desemprego de sua história, uma taxa de pouco mais de 8%. O Brasil criou 14 milhões de empregos. Lula prometeu apenas 10 milhões. A renda média do Brasil subiu para trezentos dólares mês. Já o setor social, a menina dos olhos do presidente, é realmente o maior expoente do governo petista. Nada mais nada menos que 36 milhões de brasileiros ascenderam à classe média. Sendo 28 milhões que saíram da condição de extrema pobreza. Da nova classe média, um novo paradigma está traçado: 50% do consumo no mercado interno é sustentado pela atual classe C. Ainda há o programa “Minha Casa, Minha Vida” que é responsável por um orçamento de 35,8 bilhões em crédito para aquisição da casa própria para os brasileiros. São parcelas de R$ 50,00 por dez anos. 94% das obras estão em andamento. E por fim, “o Luz Para Todos”, outro programa estatal que levou luz elétrica para milhões de pessoas que vivem na zona rural. Logo, os maiores dos imparciais não teria a audácia de discordar que não houve na terra “Brasilis” algo parecido.
Os números, a visibilidade internacional, o prestígio, a liderança regional, o estado indutor da economia, o respeito aos movimentos sociais, aos brasileiros, sobretudo. Essa é a marca do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e será o de Dilma. É necessário que todos os brasileiros conscientes das vitórias e das conquistas conseguidas nesses últimos anos elejam a sucessora de Lula. Aquela que irá dar seguimento no projeto de nação que todo o povo brasileiro merece. Portanto, Viva o PT! Viva Dilma! Viva o Brasil!